
O que vai no interior é sempre mais complexo do que o que se mostra. O interior tem buracos, subterfúgios, sótãos e teias, muitas teias. Teias de tamanha complexidade que uma aranha experiente não consegue tramar. É que a aranha tece sem duplo sentido, sem olhar enviesado, sem interesse e sem pressão. A trama humana é muito mais complexa porque junto aos fios traçam-se também sentimentos e ressentimentos. É uma trama onde está implicada a alma e, a alma, muita vezes é pequena.
Eu que já não era muito dada a acreditar em Papai Noel agora, nem que ele desça triunfante, embora gorducho, de uma fina chaminé à minha frente, viro as costas indiferente e desacredito da materialidade do presente que ele tenta me ofertar. Fiquei ainda mais dura! Com um detalhe a mais: também fui dura! Tipo "olho por olho". E sabe do que mais, não sinto remorso. Talvez eu tenha matado a coitadinha, a interiorana, a temerosa. Não sei se queria matar, mas muitas vezes, a bifurcação à nossa frente tem poucas opções. Matei pronto, está morta. Quem sabe ela nem estava tão viva?
Bem, chega de conjecturas pois, caso não saibas, amanhã é segunda-feira. E a vida... continua dura!!
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