Desatar nós é uma tarefa constante que exige persistência, sutileza, paciência e determinação. São muitos os nós que vamos formando no curso do tempo: os nós do relacionamento, os nós do trabalho, os nós da convivência familiar. Tal como o pronome pessoal, nós, tem sempre relação com mais de um indivíduo, são, no mínimo duas pontas, que se enroscam. Talvez por isso, desatá-los não seja tarefa tão simples. Por mais que uma ponta force, precisa que a outra ponta colabore para que a corda volte ao seu estágio inicial. Nem sei se é possível tal façanha! A corda sempre fica enrugada, sinal de ferimento que o nó causou. Pior que isso, são os nós que, nós, humanos, numa vida inteira, não conseguimos afrouxar, quanto mais desatar. Estes, muitas vezes, tomam dimensões grandiosas e se revertem em doenças do corpo e da alma. Para desatar nós, faz-se necessário perdão e humildade. Somos tão despreparados para tais grandezas que morremos, muitas vezes, sem experimentar tal sabor. Não damos o primeiro passo e, quando o outro o faz, nos munimos de pseudo-sabedoria, para celebrar: "eu disse que um dia ele viria", "custou, mas caiu em si", e outras exclamações do ego, que deveríamos silenciar. O distanciamento do perdão, da compaixão, da entrega sem temores, nos faz, muitas vezes sujeitos cotidianamente prontos para a guerra. É como se a cada manhã colocássemos coletes à prova de bala para enfrentar o inimigo. Sendo que somos nós, nosso maior inimigo. Até quando vamos construir barreiras e isolarmo-nos? Sei que é difícil e um só Pai-Nosso, não dará conta disso. Ah, eu também, preciso de muitos.
2 comentários:
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obrigado Sônia.
Joab Borges
Olá, Josue
Obrigada. Às vezes "me escrevo" para poder dar conta de mim mesma... "me suportar".
Um abraço
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