Estava buscando uma imagem que refletisse o que sinto nesse momento. Encontrei-me num ponto. O ponto de interrogação. Aliás mais do que um: um que gera outro de proporção maior. Ainda não tão nítido, mas já ali, esperando seu momento de evidência. No curso da vida, transformamos alguns pontos de interrogação em pontos finais, mas não há sossego, logo aparece outro com essa argola traiçoeira, e nos pega. Comigo é assim: resolvo (ou acho que resolvo) uma pedência e outra já se agiganta como que a me dizer "você não está livre, olha eu aqui", "deixou espaço, eu entrei para acabar com teu sossego". A vida parece mesmo essa corrente anelada infinita; talvez seja a prova concreta de que há vida. Ficamos casados e aguentamos a interrogação da convivência, ou descasamos e aguentamos a interrogação da carência? Mantemos nosso carro velho e seus problemas corriqueiros, ou compramos um carro novo e ficamos sem dinheiro? Permanecemos num emprego em que ganhamos bem, ou fazemos o que gostamos, ganhando o que não convém? Vestimos o vestido decotado e parecemos vulgares, ou vamos com o velho jeans e aguentamos os "olhares"? É preciso mesmo andar com a balança debaixo do braço para tentar achar o equilíbrio ou, ao menos, para nos sinalizar, entre perdas e ganhos, de que lado é melhor ficar. De uma coisa tenho certeza: quero ficar do lado da vida, da alegria, do encontro. Mas confesso: muitas vezes não sei se é o lado direito ou o esquerdo. Fico confusa e tenho receio de tomar decisões erradas. Logo, porém, meu impulso ariano me convida a agir. Levanto da cama (ou melhor, salto) e parto para a ação. Fiz isso recentemente; ontem mesmo. Pudera, o sonho não vinha!
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