Quisera poder afirmar nesta sexta-feira santa, que minha santa vontade foi satisfeita! Eu finalmente pude esvaziar a mala, limpá-la e ir. Desenvencilhada de tudo o que me desagrada (até da parte incomodativa de mim), desamarrada de tudo o que me incomoda, desapegada de tudo o que não me engrandece, desarticulada de pequenas coisas, posso partir. O que constituiu minha história fica na linha do tempo e serve de base para minhas escolhas. Agora faço novas escolhas: seleciono o que quero, evito o que me faz sofrer e me torno uma pessoa melhor. Atenta e focada, caminho sem olhar pra trás; para quem olho, aceno num gesto verdadeiro de benevolência e convido a vir comigo. Não me importa quantidade, nem hipocrisias, agrado profundamente quem está na trilha.
Tomar uma decisão como essa é grande demais para o meu momento. Parte de mim parece estar pronta, mas outra parte ainda está presa. Esvazio timidamente a mala conservando agasalhos para o frio que pode não vir, protetores para intempéries imprevisíveis. Balanço entre um pólo e outro, muitas vezes não me reconheço porque represento. Represento superficialmente, sinto um desgaste muito grande e a mala fica cada vez mais pesada. A vida é mesmo um "delicado equilíbrio"! Temo que a corda se rompa sacudindo-me repentinamente. Se isso acontecer, lastimarei por não ter esvaziado a mala enquanto ainda era tempo.
Quando eu for suficientemente corajosa, independente do tempo pascal, eu terei feito a minha renovação. Por ora, ela é externa e precisa de chocolates para amenizar o gosto amargo que fica no final do dia.
Quando eu for suficientemente corajosa, independente do tempo pascal, eu terei feito a minha renovação. Por ora, ela é externa e precisa de chocolates para amenizar o gosto amargo que fica no final do dia.
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